No texto anterior vimos algo a cerca de palavra. Agora veremos o que nos dizem alguns teóricos...
No livro Morfemas do Português de Valter Kehdi, por exemplo, podemos perceber a exibição de vários critérios para definir a palavra. O primeiro deles, chamado de Critério Fonético, trata a palavra como uma unidade acentual marcada por um só acento tônico, mas este não é suficiente para definir palavra já que algumas unidades acentuais podem não ser palavras do ponto de vista gráfico. Por exemplo: Algumas palavras como "mármore" e "café" atendem às exigências desse critério pois são acentuados tônica e graficamente, mas uma palavra como "chinelo", não corresponde a este critério, visto que não constitui uma palavra do ponto de vista gráfico.
O segundo critério, ao qual conhecemos por Critério Semântico, também não é suficiente para definir palavra já que em alguns contextos específicos a palavra pode assumir significados diferentes. Por exemplo: A palavra "manga" pode significar a parte da blusa ou da camiseta, mas em outro pode assumir o sentido da fruta.
Por último, no terceiro critério, o Lexical ou Sintático, temos a palavra como uma estrutura que não pode sofrer separabilidade, senão perde o seu sentido. Talvez seja o critério mais aceitável. Por exemplo: Tomemos a construção guarda-chuva. Se acrescentarmos o elemento "novo" antes ou depois, não haverá problema, pois o falante continuará compreendendo. No entanto, se colocamos "novo" no meio da palavra guarda-chuva, torna-se uma construção inaceitável.
Analisada a visão de Valter Kehdi, passemos agora a pensar sobre um estudo apresentado por Margarida Petter no livro Introdução à Linguística de Fiorin.
Ela nos apresenta mais uma divisão. Agora mais além de palavra, consideramos também a língua. Esta se divide em três. Sendo isolantes, onde todas as palavras são raízes e não podem ser segmentadas em elementos menores, aglutinantes, onde a língua combina raízes e afixos para formar as palavras e, por fim, as flexionais que combinam elementos gramaticais que indicam a função das palavras.
Ufa! Quanta coisa. De fato Morfologia é uma disciplina muito densa e o tema "Palavra" nos abre um leque de possibilidades muito grande.
É chegado o momento de refletirmos um pouco sobre tudo que vimos até aqui... Abaixo segue um vídeo do escritor Ariano Suassuna em que ele critica e de certa forma até ironiza o uso das palavras em certas situações.
Não sei vocês, mas acredito que ele brincou só um pouco com a cara e criatividade de certas pessoas para certos tipos de músicas.
Eu se fosse vocês, tomaria cuidado ao usar as palavras, porque ser satirizado de tal forma por um gênio, chega a ser intrigante!
P.S.: Nada pessoal, hein?!
Ah! E cuidado ao tentar converter alguém. Palavras têm poder!