domingo, 28 de abril de 2013

Palavras, apenas palavras... Parte II

Cá estou eu novamente! Para falar de palavra? Sim. Mas de forma mais teórica.

No texto anterior vimos algo a cerca de palavra. Agora veremos o que nos dizem alguns teóricos...

No livro Morfemas do Português de Valter Kehdi, por exemplo, podemos perceber a exibição de vários critérios para definir a palavra. O primeiro deles, chamado de Critério Fonético, trata a palavra como uma unidade acentual marcada por um só acento tônico, mas este não é suficiente para definir palavra já que algumas unidades acentuais podem não ser palavras do ponto de vista gráfico. Por exemplo: Algumas palavras como "mármore" e "café" atendem às exigências desse critério pois são acentuados tônica e graficamente, mas uma palavra como "chinelo", não corresponde a este critério, visto que não constitui uma palavra do ponto de vista gráfico.

O segundo critério, ao qual conhecemos por Critério Semântico, também não é suficiente para definir palavra já que em alguns contextos específicos a palavra pode assumir significados diferentes. Por exemplo: A palavra "manga" pode significar a parte da blusa ou da camiseta, mas em outro pode assumir o sentido da fruta.

Por último, no terceiro critério, o Lexical ou Sintático, temos a palavra como uma estrutura que não pode sofrer separabilidade, senão perde o seu sentido. Talvez seja o critério mais aceitável. Por exemplo: Tomemos a construção guarda-chuva. Se acrescentarmos o elemento "novo" antes ou depois, não haverá problema, pois o falante continuará compreendendo. No entanto, se colocamos "novo" no meio da palavra guarda-chuva, torna-se uma construção inaceitável.

Analisada a visão de Valter Kehdi, passemos agora a pensar sobre um estudo apresentado por Margarida Petter no livro Introdução à Linguística de Fiorin.

Ela nos apresenta mais uma divisão. Agora mais além de palavra, consideramos também a língua. Esta se divide em três. Sendo isolantes, onde todas as palavras são raízes e não podem ser segmentadas em elementos menores, aglutinantes, onde a língua combina raízes e afixos para formar as palavras e, por fim, as flexionais que combinam elementos gramaticais que indicam a função das palavras.

Ufa! Quanta coisa. De fato Morfologia é uma disciplina muito densa e o tema "Palavra" nos abre um leque de possibilidades muito grande.

É chegado o momento de refletirmos um pouco sobre tudo que vimos até aqui... Abaixo segue um vídeo do escritor Ariano Suassuna em que ele critica e de certa forma até ironiza o uso das palavras em certas situações.

Não sei vocês, mas acredito que ele brincou só um pouco com a cara e criatividade de certas pessoas para certos tipos de músicas.

Eu se fosse vocês, tomaria cuidado ao usar as palavras, porque ser satirizado de tal forma por um gênio, chega a ser intrigante!

P.S.: Nada pessoal, hein?!

Ah! E cuidado ao tentar converter alguém. Palavras têm poder!


Palavras, apenas palavras...

Primeiramente devo dizer que estou aqui não por ideia própria, mas por sugestão(lê-se imposição) da professora de Morfologia da faculdade.¹ Mas já que estou aqui, farei o negócio direito e prometo distraí-los com discussões e reflexões bacanas sobre essa disciplina e os temas que serão abordados em sala.

Bom, para começar vocês devem estar se perguntando o porquê desta postagem estar intitulada "Palavras, apenas palavras...". Adivinhem!!! Nesta primeira falaremos a cerca de P-A-L-A-V-R-A! Palavra em todo sentido. Palavra e sua utilidade. Palavra e sua importância. Palavra é vida!²


Inicialmente devemos compreender qual é o objeto de estudo da Morfologia. Esta disciplina é parte de um campo muito maior chamado Língua Portuguesa. Basicamente ocupa-se em estudar a forma das palavras e a sua constituição enquanto estrutura, bem como suas flexões e classificação. Precisamos entender também o conceito de palavra para passarmos adiante. A palavra é uma unidade formal da linguagem que pode constituir um enunciado, além de ser também a primeira articulação da linguagem e algo inerente do ser humano. Temos também o vocábulo que é a palavra considerada foneticamente, constituída de fonemas e sílabas, com ou não tonicidade. Em alguns casos esses dois termos podem ser diferentes, mas aqui serão sinônimos!


Antes de passar para a parte teórica da coisa, reflitamos a cerca da importância e utilidade da palavra tendo como inspiração a música Palavras (sugestivo, não?) da banda Titãs. Esta canção me ajuda grandemente a mostrar a todos vocês o que é que estou querendo dizer deste o início deste texto. Pense: Quantas vezes você quis falar de amor e esboçou ódio? Quantas vezes você estava triste e ao falar transmitiu apenas alegria? Percebe a contradição? Palavra é algo de extrema importância em nossas vidas.


REFLITA:





Letra da música: Palavras - Titãs

Palavras não são más
Palavras não são quentes

Palavras são iguais,

Sendo diferentes

Palavras não são frias
Palavras não são boas

Os números pros dias 
E os nomes pras pessoas
Palavras eu preciso

Preciso com urgência 

Palavras que se usem

Em casos de emergência

Dizer o que se sente

Cumprir uma sentença

Palavras que se diz 
Se diz e não se pensa
Palavras não tem cor
Palavras não tem culpa
Palavras de amor 
Pra pedir desculpas
Palavras doentias
Páginas rasgadas
Palavras não se curam
Certas ou erradas
Palavras são sombras
As sombras viram jogos
Palavras pra brincar
Brinquedos quebram logo
Palavras pra esquecer
Versos que repito
Palavras pra dizer
De novo o que foi dito
Palavras pra esquecer
Versos que repito

Palavras pra dizer

De novo o que foi dito
Todas as folhas em branco
Todos os dedos fechados
Tudo com todas as letras
Nada de novo
Debaixo do Sol

¹ - Não se preocupem, não estou ficando louca. Não falei "mal" da professora! Até porque ela vai ler isso aqui. Imposição no sentido de que ou eu faço ou me rebolo para tirar 10,0 nos outros dois quesitos de avaliação e como minha inteligência é falha, prefiro fazer o blog também.

² - Monitoras e professora, a repetição da palavra "palavra" foi proposital. Não se assustem!!!


CONTINUA...