Para felicidade geral da nação, esta postagem pôde ser feita em dupla. Fiz essa postagem com a Jéssica e o link do blog dela segue: http://apalavranomundo.blogspot.com.br/.
Hoje falaremos sobre Alomorfia, Morfema Zero e Processos Morfológicos.
ALOMORFIA
A alomorfia trata-se basicamente da variação ou das variações de um mesmo morfema. O conjunto de morfes que representam um mesmo morfema são chamados de alomorfes. Nenhum alomorfe
pode ocorrer no mesmo contexto que outro, o que significa dizer que os alomorfes
de um morfema devem estarem distribuição complementar. Vemos, neste caso, que é possível explicar a alomorfia pelo contexto fonético, visto que usamos a distribuição complementar.
Mas nem sempre conseguiremos explicar a alomorfia neste contexto. Por isso, utilizamos a teoria de Petter que nos diz que "Quando não for possível explicar a alomorfia pelo contexto fonético, como o
caso do alomorfe do plural de palavras em inglês como ox, ox-en, em que a escolha
depende de signos lingüísticos particulares, diz-se que houve um condicionamento
morfológico, isto é, uma forma exige a outra simplesmente. Tal é o caso do particípio
passado dos verbos em italiano, cujos alomorfes -ato, -uto, oito, dependem dos
alomorfes do morfema dos três grupos do infinitivo: -are, -ere, -ire. Assim, comprare
"comprar", credere "crer", dormire "dormir" têm como formas de particípio
passado: comprato, crcduto, donnilo. As classes do infinitivo, portanto, são relevantes
para a escolha entre os alomorfes do morfema do particípio passado."
Dentro da alomorfia temos também um processo fonológico que atua na distribuição dos alomorfes. Este processo chama-se assimilação e trata-se de assimilar fonemas parecidos para ajudar na fala.
MORFEMA ZERO
O morfema zero trata-se da ausência de uma marca concreta, mas mesmo assim tem significado. O singular do Português, por exemplo, tem morfema zero.
Para haver morfema zero são necessárias algumas condições: 1) Devemos ter um espaço vazio, ou seja, a ausência de marca, 2) Precisamos ter a oposição de 1 ou mais segmentos, por exemplo singular e plural e 3) Inerência à classe gramatical do vocábulo examinado.
ATENÇÃO: O plural de palavras que terminam em -is e -es sofrem alomorfia e não morfema zero. O morfema zero ocorre na flexão pois acrescenta informações gramaticais.
PROCESSOS MORFOLÓGICOS
Esses processos são modos de combinação que variam de possibilidade dentro das línguas.
Temos a adição que acontece quando adicionamos um ou mais morfemas à base que pode ser uma raiz ou um radical primário. Em aprofundar, temos os seguintes morfemas aprofund-ar, onde a- e - ar, são morfemas aditivos, que se acrescentaram à raiz profundo. Aprofund- é a base de aprofundar.
Todos esses morfemas que acrescentamos à base da palavra são afixos. Chamamos a adição desses afixos de afixação. E dentro da afixação temos outros 5 processos:
- Prefixação: que trata de adicionar prefixos à base da palavra. Ex: in-feliz
- Sufixação: que trata de adicionar sufixos à base da palavra. Ex: casa > cas-eiro
- Infixação: que trata de adicionar afixos dentro da base. (Não sei se há em Português) Ex: em Kmu(Laos): / rkel) / "esticado" > / rmkel)/ "esticar" (intixo I-m-/)
- Circunfixação: que trata-se de afixos descontínuos enquadrarem-se à base. Ex: Georgiano (Cáucaso) : IU...esl"muito" - lu-Iamaz-es-i/ "muito bonito" (cf. /lamaz-i/"bonito")
- Transfixação: que trata-se de afixos descontínuos em base descontínua. Ex: em Hebraico /sagarl "ele fechou" /esgor/ "eu fecharei.
Temos também a alternância que trata da substituição de alguns segmentos da raiz por outros de forma não-arbitrária. Ex: Eu/Ele: pus/pôs; pude/pôde; fui/foi ---> u/o
E, por fim, temos a subtração que trata-se da eliminação de segmentos para expressar um outro valor gramatical. Ex: fat (feminino) e fa (masculino) - gato
CONTINUA...
Olá, Valéria e Jéssica.
ResponderExcluirBoa postagem. Mas procurem não apenas citar diretamente os autores, e sim explicar com as próprias palavras embasadas nos autores. Senti que o conceito de assimilação ficou muito vago, ainda mais no que diz respeito à relação do termo com a alomorfia. A infixação, a circunfixação e a transfixação, de fato, não existem no português :) Cuidado com a pontuação.