segunda-feira, 15 de julho de 2013

A derradeira antes da última!

Eis que chegamos a última postagem antes da última. Complexo, não? Acontece que depois dessa ainda teremos uma postagem em grupo.

Para felicidade geral da nação, esta postagem pôde ser feita em dupla. Fiz essa postagem com a Jéssica e o link do blog dela segue: http://apalavranomundo.blogspot.com.br/.

Hoje falaremos sobre Alomorfia, Morfema Zero e Processos Morfológicos.

ALOMORFIA

A alomorfia trata-se basicamente da variação ou das variações de um mesmo morfema. O conjunto de morfes que representam um mesmo morfema são chamados de alomorfes. Nenhum alomorfe
pode ocorrer no mesmo contexto que outro, o que significa dizer que os alomorfes
de um morfema devem estarem distribuição complementar. Vemos, neste caso, que é possível explicar a alomorfia pelo contexto fonético, visto que usamos a distribuição complementar.

Mas nem sempre conseguiremos explicar a alomorfia neste contexto. Por isso, utilizamos a teoria de Petter que nos diz que "Quando não for possível explicar a alomorfia pelo contexto fonético, como o
caso do alomorfe do plural de palavras em inglês como ox, ox-en, em que a escolha
depende de signos lingüísticos particulares, diz-se que houve um condicionamento
morfológico, isto é, uma forma exige a outra simplesmente. Tal é o caso do particípio
passado dos verbos em italiano, cujos alomorfes -ato, -uto, oito, dependem dos
alomorfes do morfema dos três grupos do infinitivo: -are, -ere, -ire. Assim, comprare
"comprar", credere "crer", dormire "dormir" têm como formas de particípio
passado: comprato, crcduto, donnilo. As classes do infinitivo, portanto, são relevantes
para a escolha entre os alomorfes do morfema do particípio passado."

Dentro da alomorfia temos também um processo fonológico que atua na distribuição dos alomorfes. Este processo chama-se assimilação e trata-se de assimilar fonemas parecidos para ajudar na fala.

MORFEMA ZERO

O morfema zero trata-se da ausência de uma marca concreta, mas mesmo assim tem significado. O singular do Português, por exemplo, tem morfema zero.

Para haver morfema zero são necessárias algumas condições: 1) Devemos ter um espaço vazio, ou seja, a ausência de marca, 2) Precisamos ter a oposição de 1 ou mais segmentos, por exemplo singular e plural e 3) Inerência à classe gramatical do vocábulo examinado.

ATENÇÃO: O plural de palavras que terminam em -is e -es sofrem alomorfia e não morfema zero. O morfema zero ocorre na flexão pois acrescenta informações gramaticais.

PROCESSOS MORFOLÓGICOS

Esses processos são modos de combinação que variam de possibilidade dentro das línguas.

Temos a adição que acontece quando adicionamos um ou mais morfemas à base que pode ser uma raiz ou um radical primário. Em aprofundar, temos os seguintes morfemas aprofund-ar, onde a- e - ar, são morfemas aditivos, que se acrescentaram à raiz profundo. Aprofund- é a base de aprofundar. 

Todos esses morfemas que acrescentamos à base da palavra são afixos. Chamamos a adição desses afixos de afixação. E dentro da afixação temos outros 5 processos: 
  • Prefixação: que trata de adicionar prefixos à base da palavra. Ex: in-feliz
  • Sufixação: que trata de adicionar sufixos à base da palavra. Ex: casa > cas-eiro
  • Infixação: que trata de adicionar afixos dentro da base. (Não sei se há em Português) Ex: em Kmu(Laos): / rkel) / "esticado" > / rmkel)/ "esticar" (intixo I-m-/)
  • Circunfixação: que trata-se de afixos descontínuos enquadrarem-se à base. Ex: Georgiano (Cáucaso) : IU...esl"muito" - lu-Iamaz-es-i/ "muito bonito" (cf. /lamaz-i/"bonito")
  • Transfixação: que trata-se de afixos descontínuos em base descontínua. Ex: em Hebraico /sagarl "ele fechou" /esgor/ "eu fecharei.
Temos também a reduplicação que trata-se da repetição de fonemas da raiz, com ou sem modificações. Há uma mistura e às vezes encontramos fontes que dizem que esse processo se aplica também nas onomatopeias, mas então temos Kehdi que nos diz que estas onomatopeias não se revestem de valor morfológico. Ex: pai > papai

Temos também a alternância que trata da substituição de alguns segmentos da raiz por outros de forma não-arbitrária. Ex: Eu/Ele: pus/pôs; pude/pôde; fui/foi ---> u/o

E, por fim, temos a subtração que trata-se da eliminação de segmentos para expressar um outro valor gramatical. Ex: fat (feminino) e fa (masculino) - gato 

CONTINUA...



Um comentário:

  1. Olá, Valéria e Jéssica.
    Boa postagem. Mas procurem não apenas citar diretamente os autores, e sim explicar com as próprias palavras embasadas nos autores. Senti que o conceito de assimilação ficou muito vago, ainda mais no que diz respeito à relação do termo com a alomorfia. A infixação, a circunfixação e a transfixação, de fato, não existem no português :) Cuidado com a pontuação.

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